quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O Sonho Molhado do Benfasquistão


Se há algo que os últimos dias têm demonstrado com especial veemência, com destaque para a última publicação do Batalha 1893, é a forma como o poder centralista e tentacular estava enraizado nas diferentes estruturas, como a Desportiva, a Federativa, a Judicial e mesmo a Governamental.

E tinha um significado que vai para lá do próprio futebol: esperava-se transformar o mais popular clube nacional numa potência nacional dominadora, que demonstrasse a supremacia da capital do império no seu esplendor e a forma como estaria acima de todos os outros.

A verdade seria, nesta narrativa, apenas opcional, secundária e de importância relativa. Afinal, se todos os que jogassem no tabuleiro quisessem e não se importassem de perder sempre, a troco de uns berlindes e de umas saquetas de cromos, porreiro. Corria-se com o chato da província e era tudo bonito, entre amigos, a cantar o Giroflé.

Temos pena. Este sonho do benfasquistão vai ter de ficar para muito mais tarde, assim tipo a tarde do Dia de São Nunca. Sim, porque a apatridarização de uns quantos labregos lá de cima a troco de umas moedinhas de chocolate estava garantida. Davam-se abraços sorridentes para empurrar o mauzão da frente e depois, quando não importassem mais, chutavam-se bem chutados com a bota Botilde. 

É triste que este seja o estado das coisas neste momento. É horrível sentir o quanto algumas pessoas não querem mesmo saber como são tratadas e preferem estar ao lado de quem sempre os vê como inferiores. Esta guerra já teria tido outra força.

Mas se não estamos acompanhados, estaremos sós. A lutar contra tudo. A cortar molusco às fatias.

NOTA: É curiosa esta dança de entalados - um sabe que não poderia deixar o outro cair porque este cantaria como um passarinho. O outro não pode tramar o primeiro - que não perde uma oportunidade de o rebaixar e humilhar publicamente, na vã esperança que este desista - porque ninguém mais o empregaria. Curiosa, esta dança. Palpita-me que acabem os dois bem torrados.

3 comentários:

  1. Caro Jorge,

    Não estou assim tão seguro e confiante no uso do pretérito passado, como aqui utiliza neste seu artigo.

    Apesar da imolação de alguma arraia miúda, a verdade que se vai vendo, é que essa corja vermelha consegue puxar na mesma os cordelinhos nas mais altas instâncias. Estes casos das investigações às descidas dos árbitros Tiago Antunes e João Ferreira são paradigmáticos.

    Como é possível haver dúvidas porque MAUS árbitros são despromovidos, e não existir uma investigação sobre como um BOM árbitro e internacional foi despromovido. Com a agravante de que o próprio árbitro apontou publicamente o culpado pela sua descida.

    Quando vejo o Ministério Público a investigar uns casos, e a deixar outros na gaveta, estamos conversados quanto à boa fé desta instituição. A minha idade da inocência já lá vai há muito tempo. Num país onde a corrupção é uma Instituição, quem tem melhores contactos leva sempre a melhor. E neste caso concreto, quando se sabe de que lado está o chefe de governo, seus principais ministros, comunicação social, bem juntinhos nesse cancro nacional que se chama Lisboa, não nos podemos iludir quanto ao desfecho destes casos.

    Cumprimentos Portistas

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    1. Toda a mudança começa a operar-se quando o defeito se torna exposto e irrefutável, a não ser por absurdo. Veja-se o caso do Louis CK.

      Já houve demissões e pessoas cuja credibilidade foi pulverizada. E mais não aconteceu por terceiro mundismo. Agora quem o negue tem de ser mesmo avestruz. E isso já é um passo decisivo.

      Abraço

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  2. O DIAP devia investigar era como chegaram a 1ª categoria, em 2 dias seguidos o DIAP de lisboa abre esta invesigação e sonda o ministerio publico de minho/guimarães? sobre a possibilidade de recorrer da sentença no processo fenix, depois de caírem os infiltrados no TAD e na FPF seguem os infiltrados do DIAP LX?

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