segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Fardo De Lopetegui E A Estratégia da SAD


Estou em crer que Lopetegui tem, neste momento, um grave problema, para o qual tem a minha simpatia, e espero - melhor, gostaria de - vê-lo resolvido hoje: o da definição do onze. 

Passo a explicar. Não estou certo que a inquestionabilidade de Imbula não seja pelo peso do seu preço. E não só do preço. Esta forma de agir da SAD - que eu defendo dentro de certos limites - está a tornar tudo, no meu entender, mais complicado. Chega um ponto em que temos de nos perguntar: teremos uma equipa de futebol ou uma montra de import-export?

A SAD sempre vendeu 2 titulares - ou três - no seu modelo de gestão para manter a equipa competitiva. O problema é que, este defeso, foram o dobro. Em todos os sectores. O que implica que Lopetegui está a refazer - pela segunda vez consecutiva - uma equipa do zero. Mas com uma particularidade: a que o sistema - estranhamente, confesso, mas só o poderei dizer depois do R&C, porque, no meu entender mais de 100M de vendas deveriam garantir um refrear desta tendência - tem de ser mantido. E isso é, para mim, incompreensível. Imbula tem de ser mostrado, mas estará pronto? Já sabemos, de cor, a fila de espera: Brahimi, Herrera, Imbula. Estas são as pedras garantidamente para venda. Quem sabe, talvez Aboubakar também. E Danilo. Mas, a pergunta impõe-se: são critérios desportivos ou económicos que estão a definir o onze?

Teremos de estar a fazer reset todos os anos? É que estar a começar tudo de novo (sim, não pelo valor do Alex Sandro - para mim manifestamente exagerado - mas por causa da importâncias dos laterais e das suas diagonais com os extremos) desde a defesa, integração do meio campo, ligação com o ataque... tudo novo. Toda a explicação de um sistema de jogo exigente.

Sim, lá para Outubro, Novembro acredito que estaremos a carburar em pleno. Aqui não há saber chutar para a frente, correr à maluca em contra-ataque e esperar o erro adversário. Aqui há coordenar sectores para que tudo funcione em bloco. Em domínio pleno. E é um sistema que funciona. No ano passado garantiu-nos 82 pontos e os quartos de final da Champions

Estou certo que todos dizem que temos um plantel mais fraco. Blá blá blá whiskas saquetas. Ninguém conhecia Marcano, Casemiro, Óliver, Brahimi, Tello. Ninguém. Este ano temos um plantel mais experiente, mas que ainda não está ligado. Nem pode - o sistema de Lopetegui não é o "vamosprafrenteelogosevê". Precisamos de mais verticalidade, melhor ligação com os sectores. Estamos a testar alterações tácticas. Estamos no início.


Mas, se ao treinador é imposta a pecha de ser uma montra, tudo se complica ainda mais. Espero que tal não seja o caso, e que regressemos daqui a 15 dias em força.

E, desculpem, só para terminar: a quem acha que o benfica e o sporting jogam melhor que nós, eu pergunto - É verdade ou mentira que o Estoril que deu 75 minutos de luta ao benfica estava a perder connosco aos sete minutos? É ou não verdade que o benfica se pôs a jogar contra os colossos Moreirense (que não tinha marcado qualquer golo antes do jogo da Luz), Arouca e Estoril e teve de pôr, literalmente, a carne toda no assador (3 pontas de lança!!) para vencer dois deles? Até quando vai fazer esta "táctica" Rui Vitória? 4 jogos em casa - sim, nós não vamos jogar em Aveiro! - contra equipas que não dão luta em condições normais, são poeira para os olhos e nada mais.

E quanto ao sporting, a roleta russa de Jesus nota-se muito bem. Não vale a pena falar. Veja-se o desnorte da defesa, veja-se a forma como sistematicamente deita tudo a perder nas competições Europeias.

Agora, massa assobiativa, pergunto-vos: é isto que querem? Qual dos dois? Todos estamos de acordo que precisamos de mais pendor ofensivo - acredito que Lopetegui também. Mas a solução não é nenhuma destas! E compreendamos o seu fardo. Não é leve. De forma alguma. Apoiar, esperar, decidir com coeerência: é tudo o que se pede.

domingo, 30 de agosto de 2015

O Pecado Original De Julen Lopetegui


Confesso, às vezes também eu acabo por ir atrás da vox populi. Emociono-me, enervo-me no estádio, como todos os meus amigos. Não sou de ferro, também eu sigo a linha da bola e estou sempre atento à jogada em questão e nem tanto ao posicionamento em campo dos diferentes jogadores.

Porque digo isto? Porque, assumo, fui injusto com Giannelli Imbula. E porquê? Porque Imbula fez um excelente jogo e muito contribuiu para a pressão inicial até aos 17 minutos. Mas fui injusto porque pensei que a culpa seria sua. Não foi. Julen Lopetegui colocou-o em duplo pivot com Danilo, colados ambos no grande círculo do meio campo, matando completamente a sua intensidade criativa e a sua forma natural de jogar. Mais ainda, lamentavelmente, esta colocação abriu um enorme buraco entre a zona onde estava Brahimi a fazer de 10 e o duplo pivot que se colocava sempre defensivamente. 

É provável que Lopetegui quisesse a ideia de 4x2x3x1 mas, para isso, Danilo e Imbula terão de saber avançar em bloco mais para junto da área, ou então Lopetegui deve deixar Imbula com a mesma liberdade de movimentos de Herrera, quando este entrou para o seu lugar. Nós não queremos dois muros lateralizados, Imbula é muito caro e talentoso para ser um simples 6.

É evidente que isto não deixa de implicar que tenha de haver uma maior intensidade no ataque ao jogo, mas a verdade é que, se as trocas de bola - que efectivamente desgastam os adversários - se fizerem um pouco mais à frente e as desmarcações dos jogadores forem um pouco mais frequentes, o sistema do FC Porto voltará a funcionar bem, e desta vez com muito mais assertividade.

E, é claro, como disse o pancas, e bem, no comentário ao meu post anterior, o facto do lateral esquerdo não subir - Indi fez apenas 3 cruzamentos - deixou a equipa coxa nas suas movimentações.


Posto isto, a verdade é que os assobios são injustos e incompreensíveis. Aos sete minutos já estávamos a vencer a uma equipa que conseguiu deixar o benfica nervoso setenta e cinco. Aos sessenta tínhamos o jogo arrumado. E estamos em Agosto.  

Mais, acompanho o FC Porto desde os tempos de Sir Bobby Robson. De memória, devo dizer que, até com este, com Villas-Boas, Mourinho ou Vítor Pereira, especialmente com este último, tivemos jogos assim: de fraca produção ofensiva, algum desnorte, mas com uma diferença - eram resolvidos com um toque individual. Não foi esse o caso desta vez! Agora, e é um problema que acompanha o meu Portismo, o de ver a minha equipa "contentinha" com o 1-0. Não pode ser. E não tem sido com Lopetegui.

São coisas a corrigir. Mas não justificam o coro de assobios que ouvimos no Dragão. Mas também, sejamos francos: Daqui a 3 dias diminuem drasticamente. E ao frio, à chuva e em Dezembro, assobiar é um tantinho mais complicado.

Já agora, para quando perguntas como "Não queria mudar a equipa toda" a Rui Vitória ou "Não acha que está tudo desnorteado e a sua equipa inconsequente" ao Jesus? Lopetegui tem de ser Santo para aguentar aquilo. E depois chamam-no de arrogante!

sábado, 29 de agosto de 2015

Análise FC Porto 2-0 Estoril (3 jornada)


Há dias assim.  Na verdade creio que sempre houve.  Dias em que os resultados superam largamente a qualidade da exibição.  No entanto,  o que se passou hoje em nossa casa não pode voltar a passar-se.
Jogamos dez minutos de bom futebol,  com a surpresa positiva de Brahimi no meio. O problema deste modelo foram os extremos.  Quer Varela quer Tello estiveram muito furos abaixo daquilo que é exigido num modelo de ataque. E um 4x2x3x1 necessita de um meio campo sem o grave buraco que um excessivamente lateralizado Imbula proporcionou.

As substituições desta vez surtiram o efeito desejado e André André imprimiu uma maior qualidade ao meio campo depois de 30 min de um intenso Estoril a tentar ser mandão e a obrigar Lopetegui a voltar ao 4x3x3 ainda antes do intervalo para estancar o trabalho em full de um seguríssimo Casillas com bons apontamentos.

O problema é que a segunda parte trouxe mais do mesmo, mostrando uma equipa que está longe,  muito longe de estar acertada.  Lopetegui mexe, mais uma vez, bem e põe em jogo um Herrera que serve de cola para uma equipa à deriva e, mesmo com o seu Herrático carrossel normal de bons apontamentos e de passes falhados de imediato, põe de novo o pendor no ofensivo e puxa a equipa mais para a frente.

Há mais intensidade, uma falta à entrada da área, superiormente marcada  por Maicon, a, espero eu, quebrar a malapata das bolas paradas, as ocasiões de golo sucedem-se, mais até com Osvaldo que entrara no lugar de Aboubakar - injustamente - e há um penalty por assinalar, um fora de jogo.... enfim, nada de novo a leste. Mas sobre isso, mais a seguir. Vamos às notas.

 

Brahimi - Brahimi foi colocado no meio no 4x2x3x1 e cumpriu maravilhosamente. 10 minutos soberbos a baralhar completamente as contas do Estoril e a ser absolutamente demolidor. Lamentavelmente, Varela espetou-lhe a faca e obrigou-o cedo demais a encostar à ala. Aí voltou às mesmas fintas de sempre e perdas de bola normais, mas o sprint final nos últimos minutos deixou-me realmente com um sabor doce em relação à sua exibição.

Herrera - Diga-se o que disser, há um jogo pós 10 minutos iniciais até Herrera e o resto. Herrera tem uma entrega ao jogo exemplar. Nota-se que ainda não está bem, que lhe falta o "fulgor galopante" que lhe é característico. Mas a verdade é que este meio campo não pode ser completamente novo e Herrera pode e deve ser o pêndulo que equilibre o meio campo, pelo menos até Imbula compreender o seu papel de uma forma mais profunda. Deve ser doseado, certo, mas faz falta, goste-se dele ou não.

M&Ms - Maicon e Marcano são uma parede. Solidários, intensos, presentes, não há como a força do Capitão e a classe de Marcano. Dão uma defesa de betão completa e, para mim, são absolutamente inquestionáveis. Muito bem!

Maxi - Disponível, raçudo, intenso... ah, Maxi! Se conseguisses passar essa força toda aos teus colegas! Brindado, injustamente, com um cartão amarelo cedíssimo, notou-se que se conteve, senão o pendor ofensivo do Estoril teria sido bem menor.

 

Entrosamento - Que falta de ligação! Eu sei que a equipa não está habituada a jogar neste sistema, há muito que trabalhar, etc. Mas, caramba! Falta ofensividade, falta ligação, falta compreensão, falta, principalmente, conhecimento que só pode vir com o tempo. Mas tem de ser trabalhado já!

Extremos - Se houvesse mais alternativas e mais alterações, nenhum teria acabado o encontro. Varela e Tello estão os dois na Lua. Medem mal a velocidade, o tempo de passe, a defesa, quando pôr o pé... um desastre! A trabalhar com urgência. 

Meio campo defensivo - Sejamos francos, Imbula e Danilo atrapalharam-se. Eles têm qualidade, individualmente. Eles são dois puros sangues. Imbula deve ser deixado livre por Lopetegui. Não posso crer que Lopetegui lhe esteja a tirar a característica vertical, mas falta, sim, saber quando fazer o quê. Acho que é só uma questão de tempo, são dois jogadores novos que nunca se tinham visto, num sistema táctico absolutamente novo. Mas há margem para crescer, e isso é positivo. 

Massa assobiativa - Sabem que estamos na terceira jornada, certo? Que tivemos de enfrentar três equipas com as quais perdemos pontos no ano passado, logo de início, certo? Sabem que mudamos 5 titulares, certo? Querem opera? Assobiar uma equipa que estava a ganhar antes dos 10 minutos?! Mas está tudo doido?! Calma! Ninguém é estúpido! Sabemos que não está tudo bem, longe disso, mas há que saber levar as coisas com calma, caros amigos! Sempre houve, no FC Porto, jogos com o resultado melhor que a exibição! Roma e Pavia não foram feitas num dia! 

Duarte Gomes - É por jogos destes que eu me parto a rir quando oiço a lagartagem calimera! A autêntica Tragédia que poderíamos fazer se fossemos como eles! Tendencioso, sem isenção, desequilibrado, ladrão! Dualidades de critérios, penalties por assinalar, um golo anulado... não faltou nada! Mas nós não vamos andar dois anos a bater no ceguinho! Já sabemos que marcamos 3 e saímos com 2. É assim, não nos vergam! Podem tentar, mas não vão conseguir!

P.S.: Ainda bem que o José Manuel Freitas acha que o FC Porto joga pior do que o benfica! Espero que Rui Vitória pense da mesma forma.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Antevisão FC Porto vs Estoril (3a Jornada)


Regressados a casa depois do desaire Maritimista, é importante que regressemos também à nossa dinâmica mais vertical, orientada e com a baliza como fim. Estou certo que todos ficaram conscientes dos erros que cometeram, tenho a certeza que vamos ter um jogo intenso, forte e aguerrido, contra uma equipa que, sim, encostou o benfica às cordas durante 75 minutos, até quando os deixaram.

Continuo a insistir que não é prudente querer que Lopetegui tenha o discurso de certas pessoas que agora estão a cheirar o cheirinho da bela trampa. Não sei se se espera que Lopetegui diga que a equipa é fraca. Ao seu estilo, Lopetegui até acabou por dizer que o FC Porto tem a obrigação de ganhar, o que é uma evidência.

E, por falar em Lopetegui - parabéns Mister - este surpreendeu na convocatória, ao não convocar Aly Cissokho. Está encontrada a convocatória-tipo, para aqueles que temiam a rotatividade do ano passado. A equipa provável também não irá mudar significativamente, senão perante a entrada de reforços.

Está dado um claro sinal de que Evandro e Sérgio Oliveira só terão lugar na convocatória pela lesão ou mau momento de forma de alguém e que o treinador aposta em Herrera. Eu considero que Herrera está em baixo de forma, talvez Lopetegui pense de outra forma. Mas essa opção deixa-me preocupado, uma vez que é quase uma substituição garantida. Não sei até que ponto não seria melhor deixar Herrera recuperar a forma. Mas, por outro lado, estou convicto que é o pendôr ofensivo geral que deve crescer e isso não depende de um ou outro jogador, até porque já vi Herrera fazer grandes coisas no último terço do terreno, no ano passado. 

Esta equipa provável que eu apresento não seria a minha. Eu apostaria num modelo de 4x2x3x1, com Bueno nas costas de Aboubakar e em vez de Herrera. Mas eu não treino o FC Porto, não sei o dia-a-dia dos treinos, não estou a par das condicionantes das decisões. Que se mostre que a apatia foi do nevoeiro da ilha da Madeira, qual anti-Avalon Portista, e que se dê espaço à criatividade e verticalidade de Imbula e se encoste Herrera também à beira da área, para vencer um Estoril que eu conto que venha ao Dragão para a Matemática do Pontinho.


Helton e Casillas (guarda-redes); Maxi Pereira, Martins Indi, Maicon, Marcano, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Aboubakar, Dani Osvaldo, Tello, José Ángel, Herrera, André André, Danilo, Alberto Bueno e Imbula.


Casillas; Maxi, Maicon, Marcano, Ángel; Danilo, Imbula, Herrera; Varela, Aboubakar, Brahimi.

P.S.:  Como a mim já não me surpreende a apatia geral da imprensa quando toca ao benfica, como já não me surpreende a grosseira falta de carácter em se tentar colocar a culpa a inocentes e inocentar culpados, dizer apenas que estou totalmente de acordo com o Miguel Lima (em dose dupla) e do Vila Pouca acerca deste assunto bastante do género... White.

P.S. 2: Como o jogo acaba cedo, tentarei escrever a minha análise ainda amanhã. Senão, na manhã de Domingo estará disponível. Muito obrigado ao ImbictoPoema pela ajuda nos logos dos Convocados e Equipa Provável.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Jogar Para Ganhar e a Táctica Do Mestre


Chelsea, FC Porto, Dínamo de Kiev, Maccabi de Telavive. Um grupo exigente, este grupo G. Mas é o nosso. Estou confiante que é possível o apuramento para os Oitavos. Temos equipa para isso. Temos jogo para isso. Vontade para tanto. O Chelsea de Mourinho já revelou algumas debilidades defensivas este ano e está longe da sua melhor forma, o Dínamo de Kiev é uma equipa com história e respeito mas perfeitamente ao nosso alcance e o Maccabi é uma tremenda incógnita, sendo que o mais difícil é a localização, acessos, logística.

Para além de que, na fase de grupos da Champions, com este grupo, tenho a certeza de que temos um treinador que vai encarar este desafio com seriedade. E tenho a certeza que o Futebol Clube do Porto tem uma equipa criada para jogar futebol, realmente futebol. 

O Futebol Clube do Porto vive vocacionado para jogar futebol, realmente futebol e não joguinhos encostados atrás para não perder. Nesse sentido é melhor o Chelsea do que um Marítimo, um Boavista ou coisa que o valha. Não sou doido ao dizer que prefiro o Chelsea . Claro que não. Mas sei que o sistema de jogo de Lopetegui favorece jogos que não são fechados em 30 metros, os jogos de ataque forte em que as duas equipas procuram efectivamente vencer. Nesse sentido fico sempre um pouco mais confiante nos jogos de Champions, sei que a motivação para superar-se é muito maior, não é necessário encontrar o buraco da agulha constantemente.

Posto isto, sei que vamos encarar o Grupo G com a máxima seriedade, como fizemos o ano passado e indiferentes às vontades ou adjectivações dos outros.

Não posso deixar de dar uma palavra acerca do jogo de ontem do sporting. Mentiria se não dissesse que fiquei contente com a eliminação do sporting. No ano passado, não ficaria. Mas este ano, sim. Fico pelo próprio treinador, que vai precisar destas doses de humildade permanentes o resto da época. Para deixar, talvez, de adjectivar o nome dos seus colegas com a mania de que é melhor e maior do que eles. Mas, principalmente, por causa dos meus caros Portistas que crêem que o futebol de Jorge Jesus é melhor que o de Lopetegui. Não é. É um desastre defensivo, desequilibrado, desarmonizado, desorientado. É uma vertigem de ataque que se perde em si mesma na ânsia. É um desastre atlético que rebenta a equipa em meio ano, quando não joga de semana a semana, sem colinho. 

Fiquei também feliz com a derrota, devo dizer, por Inácio, uma pessoa que eu respeitava, mas que agora parece querer fazer uma cruzada com as contas do FC Porto. Parece que a bomba rebentou para esse lado. Quem tem telhados de vidro...

Há coisas que nunca mudam... O senhor dos pneus no seu melhor. É claro que a banda sonora tem de ser esta, com o grande Steve Gadd, the Great Godd. Métodos alternativos de financiamento ao BES, certamente..

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Risos, Gozo, Fogo Amigo E Gasolina



Ronda Rousey, campeã invicta de MMA na sua categoria, tem uma fabulosa citação que em que diz que "[gosta] ainda mais das vaias, que [lhe] dão o ímpeto para lhe mostrar do que ela é capaz". O nosso Cândido Costa refere-se a esse acinte como gasolina. Villas-Boas referiu-se a este descrédito e gozo como um tópico importante no seu quadro motivacional antes do 5-0 ao benfica.

É nestas alturas de algum desapontamento que eu gosto de ver programas de bola, porque me ferve o sangue. Gosto dessa sensação. António Simões, João Gobern, Rui Santos, Augusto Inácio, Rui Oliveira e Costa, Jaime Mourão Ferreira, Telmo Correia, Diamantino, José Eduardo. João Abreu, Tiago Alves, Hugo Gilberto e Cláudia Lopes - esta menos. Todos eles se riram, alguns à gargalhada, quando falaram esta semana no nome de Lopetegui. Um sorrisinho de escárnio de quem nos acha, a esta altura, ridículos.

Se ando à deriva até essas alturas, depressa me centro e foco, de novo, na defesa dos meus. Mas quem é que esta gente pensa que é para gozar o meu Clube? Sou da opinião que Julen Lopetegui devia ter um compêndio de todos os disparates que dizem dele, como gasolina e força motivacional, do género "estás a ver o que dizem de ti? Vai lá e mostra-lhes quem é que é o Lopatêgo, caralho!". 

Essa revolta que ferve nas veias, mas que foca em vez de turvar, esse ranger de dentes que puxa força a cada músculo para dar um pouco mais, essa demonstração de força reactiva que sempre foi característica do meu FC Porto, é tudo o que peço. 

Cada ponto tem de ser um ponto de honra, cada minuto, cada jogada, cada golo deve ler "diz lá quem é que é fraco, caralho!" e encher de bílis o estômago lagarto e galináceo. Eu sei que fere como uma picada profunda quando os nossos são os primeiros a bater, como o caso de Rodolfo Reis, que de tanto bater em quem é seu, sem nenhum tipo de crítica construtiva, mais do género "nãovejoahoradeteporesnocaralho", vê os seus colegas de painel dizerem "bem, depois do que disse o Rodolfo não há nada mais que possa dizer".Tudo porque são os próprios a bater - incluo (e não preciso de ver) Manuel Serrão [aliás, recuso-me a ver essa coisa de seu nome Prolongamento] e Miguel Sousa Tavares. Não incluo Bernardino Barros que, com muito ou pouco tempo, não fez senão defender ou apontar construtivamente - somos Portistas mas não somos cegos - aquilo que não esteve bem, e Miguel Guedes, uma pessoa de quem genuinamente gosto, embora por vezes demasiado consensual. Esses defendem-nos, cada um ao seu estilo. Bem como o já referido Cândido Costa.

Mesmo estes , Rodolfo, MST e Manuel Serrão, confortáveis em bater nos seus, não podem ser senão a chama que faz incendiar a gasolina


O ridículo é que os clubes da segunda circular e seus apparatchick não fizeram senão defender o indefensável, como a ridícula defesa sportinguista e benfiquista que consentiu golos que fazem o oferecido por Cissokho parecer quase normal, a vertigem do ataque do "tudaomolhoeféemDeus", a completa fobia de desnorte de puro medo e exaustão e a depressão crónica de não ter para onde ir de Nico "aiaiaiquelevaiembora" Gaitán. 

Por nós tudo bem, meus amigos! Digam que é culpa dos árbitros, do jogo com o CSKA, por nós tudo bem! Já viram o que era, caros Portistas, se Lopetegui se tivesse vindo queixar dos jogos de 3 em 3 dias que chegamos a ter e da pré-eliminatória da Champions difícil conta o Lille? Seríamos gozados indecentemente! 

A nossa atitude é esta, caros senhores da segunda circular: a não ser que seja ostensivo, não vimos cá com queixinhas e tretas! Já sabemos que o Duarte Gomes nos vai gamar indecentemente, temos de jogar 300% para ter o 100. O Maxi levou um penalty descarado no fim do jogo, não viemos com tratados: jogamos mal, calamo-nos, violinha no saco e toca a tratar do que está mal! 

Mas por favor, continuem a gozar-nos, só nos darão força, só aumentarão a nossa União! Continuem a deflectir enquanto nós assumimos! Vocês vão escorregando por aí abaixo, nós teremos a Vitória no vosso Negro Fim!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Dias Cinzentos


 Iker Casillas, em mais um toque de classe e de maturidade própria de um campeão, que não vai pôr selfies a sorrir ou a fazer sinais de gangsta após uma derrota - sim, está claro que Casillas sente o jogo como uma derrota, e bem - colocou no seu Instagram um dia cinzento com um mar agitado, dizendo "#diascinzentos #amanhãserámelhor". 

Espero que sim. Sou dos que estão até ao fim, apoiando e incentivando, muito mais até quando vejo estas atitudes nobres. Mas sou, confesso, neste momento um homem algo ansioso no que toca ao meu clube. Não acho, de todo em todo, que se possa atenuar este tempo com a ideia de que se tem um "plantel fraco" - mentira - ou coisas quejandas. Estou apreensivo porque gosto do modelo de Lopetegui mas, se este não consegue perceber uma coisa que todas as outras pessoas já perceberam, temos um treinador casmurro. 

Ensaiar um sistema com bons resultados, maior verticalidade e intensidade na área e não o usar quando, evidentemente, o necessitava, é terrível. Mais uma vez, ouvi-lo a dizer que "houve pouca circulação de bola" é arrepiante. Como assim, pouca circulação? Passar com mais velocidade abrindo desmarcações e chamando jogadores adversários? Concordo. Também não gosto do desespero de chuveirinho, não acho que seja táctica. Mas um 4x2x3x1 com Bueno ou Osvaldo nas costas de Aboubakar, com a bola em progressão rápida entre todos, como na primeira parte do jogo em Setúbal no ano passado, era tudo o que esta equipa precisava. Fazer mais passes inconsequentes entre o meio campo e a defesa? Não, obrigado!

Não é isso que falta, Julen! É ocasiões de golo, é ataque, é pendor ofensivo! Chames-lhe o que quiseres, mas faz! Cria um Dragão que quer ganhar o jogo, não só controlá-lo!  Hoje é um dia cinzento, faz com que não seja negro e o Sol abra por entre as nuvens, sábado às 18:30.

P.S.: Já agora, pouco me importa as derrotas dos adversários. Quero fazer o meu caminho ganhando, depender de mim próprio e não de ponto ganho ou perdido alheio. Vencer é o nosso Destino, não pode haver como não o ser.

P.S.2: Bernardino Barros, além do Porto Canal, está também pela TVI24, no "Campeonato Nacional". É bom ouvir a sua voz num programa destes, bem ao seu estilo, numa televisão com maior abrangência. Finalmente alguém do FC Porto que não é seguidista e não vai lá dizer "amen". Bravo, BB! Muita força!

domingo, 23 de agosto de 2015

Carta de Um Portista Preocupado


Meu caro Julen,

Olho para o teu futebol e fico preocupado. Fico preocupado porque se nota que és teimoso e que passas essa teimosia para a tua equipa. Desculpa, mas é verdade. Está na hora, caro amigo, de perceberes uma verdades.

- O futebol do teu amigo Guardiola é assente em pressupostos que tu não tens nem nunca poderás ter. Em primeiro lugar, cada jogador seu tem um radial total de passes e cada colega deste tem como missão desmarcar-se o mais rapidamente possível, sempre em sentido ascendente. O que, aqui, não acontece por uma razão, os adversários marcam cada jogador como lapas. Não há nenhuma vontade de fazer mais que marcar um golo fortuito ou empatar o jogo para garantir o ponto. Mas já devias saber isso! Não foi para isso que foste buscar o Alberto Bueno? Vai ser outro Adrián? E, já agora, contra ti Guardiola flanqueou o jogo, viu onde estavam os buracos, empurrou-te lá para trás, mandou o tiki-taka para as urtigas e espertou-te 5 golos. Elasticidade, e não ego, é o que precisamos. Senão és como o teu Nemesis ao contrário.

- O futebol do teu amigo Guardiola é assente em orçamentos milionários e em manter as pedras principais anos a fio, luxo esse que tu não tens. Podes queixar-te o quanto queiras, este é o modelo de gestão Portista desde que me lembro, funcionou com outros, tem de funcionar contigo também. Não podes é insistir em replicar modelos de equipas que jogam em ligas ultra-competitivas quando a que estás inserido tem 3 equipas que jogam olhos nos olhos e, a bem da verdade, em Portugal, nenhuma o faz. Somos nós, fãs do teu futebol na Champions, onde o teu modelo funciona porque todos têm de ganhar, que te advertimos para a verdade de Variações, enquanto podes: Muda de Vida.


- Ainda não percebeste que não te podes queixar da qualidade dos teus jogadores se lhes cortas as pernas? Se a tua posse não tem sentido ascendente, o que vais fazer, dizer que não jogaram bem? Eu, que não sou treinador de equipa grande, tenho que te dizer que é evidente que: Herrera está fora de forma, precisa de banco e descanso e que não podes pôr titulares por decreto quando ninguém se zangaria com a sua troca pelo nosso André André. Tens de treinar com Brahimi para lhe explicar que não está a jogar rugby e que não tem de levar a bola para casa, ele que veja os colegas desmarcados e passe a bola, não cortes as pernas ao Imbula, não lhe ensines que não pode passar por entre 3 ou 4 gajos em direcção à baliza, quando foi para isso que o contrataste, deixa o Aboubakar baixar e ajudar a equipa mas manda toda a gente da defesa pra frente para a área para compensar e não insistas em jogar lateralizado e deixar o Brahimi na ala para não fazer um cruzamento sequer. Boa? Em jogos de tendência ofensiva, ter Danilo e Imbula é uma redundância total. O teu e nosso menino Rúben faz de Danilo com uma qualidade de passe de rotura excepcional e variação de jogo fantástica. Não convocaste o Evandro que no jogo anterior ajudou imenso e descartaste a velocidade do Hernâni e a sabedoria posicional do Sérgio Oliveira, por um jogador claramente em baixa de forma. Desculpa, não concordo.

- Se estás 40% do tempo a encostar a equipa adversária que quer só não perder tens de pôr mais gente no ataque! Não foi para isso que treinaste - com bons resultados! - o 4x2x3x1 com Danilo e Imbula atrás e Bueno atrás de Aboubakar? Vais deitá-lo fora por teimosia? E para quando treinar bolas paradas? Não podes ser teimoso! Em suma, tens uma boa qualidade defensiva - eu acho que Cissokho precisa de mais tempo mas chega lá - não podes viver agarrado às posses de bola. No futebol não há TKO, só KO. E quando estás em modo de controle, este tem de ser no sentido atacante, não horizontal. Epá, e quem já não te disse isso? Compreende a Matemática do Pontinho senão não vais chegar lá! A maior parte das equipas contra quem vais jogar não te quer ganhar, ok? Não vai abrir espaços!

Meu caro Julen, eu sei que, infelizmente - e isso deu-me um arrepio - o problema não é só teu. Ontem, cheio de saudades, lá vi 3/4 do jogo do Atlético de Madrid contra o colosso do Las Palmas, e o teu amigo Cholo também fez posse pela posse, zero de velocidade e desmarcação, encostando o "nosso" Óliver à ala e reduzindo o grandioso Jackson a verbo de encher. Se esse é o teu caminho, digo-te:

Salta para Manager, pareces um iman de jogadores, damos-te bom dinheiro para isso, ninguém te chateia nem à tua família, nunca mais te trocam o nome, e deixas um treinador treinar. Ok? 

Vamos lá arrepiar caminho, eu sei que consegues!

Um abraço Azul e Branco,

Jorge Vassalo

sábado, 22 de agosto de 2015

Análise Marítimo 1-1 FC Porto (2ª Jornada)


Um jogo mau, pobre, paupérrimo, um nojo. Não podemos ser campeões assim, e não tem nada a ver com ter ou não um 10. Tem a ver com o jogo pastoso, lento, sem nexo na altura em que é necessário mudar a velocidade. A ideia do jogo Portista não pode ser sempre lateralizar e esperar que os extremos criem oportunidades. Tem de haver velocidade, desmarcação, imprevisibilidade. Se tal não acontecer não aproveitamos as perdas dos outros e justificamos a noção de que, cortados os flancos, o jogo do Futebol Clube do Porto pura e simplesmente não existe. Uma desilusão. 

Basta uma equipa fechar-se lá atrás e pronto. Sejamos rigorosos, não merecemos perder mas é indubitável que não merecemos ganhar. O resultado acaba por ser completamente justo.

Não vou fazer destaques. A equipa esteve globalmente mal. Se posso dizer algo de bom, só os M&Ms que não desiludem e Maxi que não desiste. Mas mesmo esses, precisam de fazer mais. Precisam todos de fazer mais. Não é assim que se ganham jogos.

Pelos vistos Lopetegui está agora, na flash interview, a dizer o mesmo do que eu. Mas, Mister, galvanizar não é dizer aos seus atletas que é difícil, é dizer que somos o Futebol Clube do Porto!

ADENDA: Rui Cerqueira cortou a palavra à CMTV, dizendo que é "jornalismo de sarjeta" e acenando que não. Vamos indo. É Rui Cerqueira que tem de dizer isso e não Lopetegui.

Antevisão Marítimo - FC Porto (2ª Jornada)


 Curto e simples: ganhar para acabar com a "maldição da ilha". Há muitas razões para acabar com isso, a primeira e mais importante de todas, o facto de ser uma palermice. Não é uma "maldição" de coisa nenhuma. Foi pura displicência, moleza e muito deixa-andar. Fez bem Lopetegui em dizer que é um encontro difícil, porque o é. Mas só na perspectiva de derrotar os nossos moinhos de vento, só na questão de tornar a nossa Ilha das Tormentas na Ilha da Boa Esperança.

Temos razões para estar confiantes. Temos um acumulado de experiência muito superior à do ano passado, nomeadamente a questão de Varela e Cissokho não terem o trauma, muito menos o Maxi, que nem via nada Salin pela frente, e então Casillas só se deve estar a perguntar "¿¡ Que coño es eso de maldición?!"

Tal como todas as superstições e fobias, nada como enfrenta-las corajosamente e de peito feito, racionalmente e sem emoções desproporcionadas. A verdade é que o Marítimo tem um manancial de jogadores novos, ainda anda à procura da sua identidade e, mais importante,  o seu melhor jogador está agora do nosso lado. Danilo Pereira era uma dor de cabeça que nós limpamos. Agora é só ignorar os *tussifrussi* dos bombos. E trazer os três pontos para casa.
  

Helton, Casillas e Raúl Gudiño (guarda-redes); Maxi Pereira, Martins Indi, Maicon, Marcano, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Aboubakar, Dani Osvaldo, Tello, Herrera, André André, Danilo, Alberto Bueno, Imbula e Cissokho.
 


 
Casillas; Maxi, Maicon, Marcano, Cissokho; Danilo, Imbula, Herrera; Tello, Aboubakar, Brahimi;

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

To Patrocínio Or Not Patrocínio, That Is (Not) The Question!


Uma das grandes preocupações dos adeptos - para além daquelas que são "inseridos hipnoticamente" pelos media portugueses do lateral esquerdo, central, o 10 e o extremo - é a questão do patrocínio, muito mais agora quando, segundo consta, o sporting se prepara para anunciar o seu.

É tida como sinal de fraqueza a falta de um patrocinador nas camisolas. Em parte, concordo. Acho que a instituição Futebol Clube do Porto deve ter um patrocinador condigno, à altura dos seus pergaminhos. Não estou é preocupado. Estou certo que isto não é uma corrida, e que cada um anuncia as suas marcas ao seu tempo. Também espero que não seja - só! - uma questão financeira. Um clube como o Futebol Clube do Porto não pode andar a roer-se por meio Carlos Eduardo por época, muito menos precipitar-se na escolha.

Tenho a firme convicção que o FC Porto estará a utilizar um grande trunfo novo nas negociações - Iker Casillas. A projecção mediática de Iker, mundialmente, é extraordinária. A marca que este ostentar na sua camisola tem de ser bem compensadora. E a sua entrada pode ter significado um reset nas negociações.

Seja como for, como em tudo na vida, o FC Porto não vende os seus espaços barato, e seja qual for a marca, para além do peso próprio que terá de ter em si mesma, terá de ser dentro de valores dignos para o FC Porto. Mas, insisto: Não será pela ausência de patrocínio que deixaremos de pagar as nossas contas.

Admito, a novela Lucas Lima diverte-me sobejamente. Eu sei, eu sei, se calhar não deveria mas, que fazer? Sou assim e pronto, não tenho emenda. Então o caríssimo amigo quer agora três milhões de prémio de assinatura? Para além de 10M do passe e 130m/mês de ordenado? E mais nada? E o Taj Mahal, quer, o menino?  E diz que pensa no Real Madrid. Ó meu caro amigo, sonhar é grátis, força nisso! E vais tirar o lugar a quem, ao James Rodriguez? Dream On! Queres ir aquecer o banco ou jogar no Almeria? Boa! Gostei mais foi da passagem que diz "se as possibilidades se esgotarem, (...) admite desviar Brahimi para o meio e incluir um novo ala." Isso é que era! Já agora, meu caro Lucas, partilho contigo um antigo Koan Zen:

"Quem quiser agarrar o mundo todo de uma vez acabará de braços cruzados"

Pensa nisso.

NOTA IMPORTANTE: MUITO OBRIGADO Cila MCF pelo tweaking do meu logo, este tipo de dedicação não tem preço para mim! Deve ter dado uma trabalheira! Muito, muito obrigado, a sério! (E já agora também ao Imbictopoema pela font do Porto Universal!)

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Vendas Para Tótós (Ou O Epílogo de 14/15) [ACTUALIZADO CONF. IMPRENSA E CMVM]

Creio que, a esta altura, muitos daqueles que preconizavam a hecatombe Portista já perceberam que esta não aconteceu. Os mui propalados zero titoli não tiveram nenhum efeito no estilo de jogo, na dinâmica, no treinador, na direcção, nos jogadores. E isto porquê? Por causa da magnífica campanha que fizemos na Champions League.

Deixemo-nos de tretas - essa era a prioridade. De uma vez por todas, convençamo-nos disso. A notícia de ontem d'O Jogo põe, definitivamente, o ponto final nesse assunto. A vitória contra o Bilbao, na terça feira seguinte, rendeu 1M. A Taça de Portugal renderia, no final, 300 mil, a Taça da Liga 850 mil e o Campeonato pouco mais de 1,5M. Essa é a realidade.

O FC Porto ganhou mais de 27M na Champions League, fora o market pool que ainda há-de vir. As mais valias financeiras decorrentes da boa campanha - sim, a nossa derrota com o Bayern não esmoreceu em nada a credibilidade do FC Porto, hoje nos oito primeiros da Europa - estão à vista: valorizamos o nosso ponta de lança para uns estratosféricos 35M e os nossos laterais para a linda quantia de 57,5 a 62M. E ainda conseguimos potenciar Casemiro ao ponto de ter rendido 7,5M, embora nos tenha sido emprestado. Junto com as vendas de valor menos significativo mas também interessante, ultrapassamos largamente a fasquia dos 100M. Uns falam em 103, outros em 111, outros em 120. O R&C o esclarecerá. No entanto, some-se a receita da Champions e ter-se-á um receituário absolutamente recorde. E o mercado ainda não fechou! Julen Lopetegui consegui o feito de dar este milagre ao FC Porto, após alguns anos de miséria europeia da nossa parte. Mesmo assim, nada parecido sequer remotamente com o Apocalipse benfiquista do predestinado.

As nossas prioridades, o ano transacto, foram os jogos da Champions, e tiveram um retorno ímpar. É claro que os invejosos media tratam de fazer comparações absurdas e previsões oraculares sinistras por forma a menorizar este feito. Rui Pedro Braz, no MaisTransferências de ontem, comparou este ano de vendas com o do benfica no ano anterior, como se os 100M do benfica fossem verdadeiros ou sequer confirmados pela instituição ou a CMVM. Uma mentira propalada muitas vezes não se torna verdade. E Pedro Sousa, ex-director do sporting, fala nos custos operacionais de mais de 50M anuais - 500! 1000! 2 mil milhões! - que fazem com que "isto não seja tudo lucro e seja insustentável a prazo", e a "elevada massa salarial" passa a vida na boca desta gente. Certo que não teremos 100M de lucro, certo que não faríamos as vendas se não precisássemos delas, mas esta sempre foi a gestão do FC Porto.

No entanto, este ano mostra uma inversão de paradigma. André André, Danilo Pereira, Sérgio Oliveira, Varela, Maxi, Cissokho, Maicon, Marcano, Casillas e Rúben Neves não deverão ser para vender, a não ser que haja alguma proposta galáctica por qualquer um deles. E assim, é criado um eixo, novamente como nos anos anteriores à Derrocada Fonsequista, que será a base do jogo do FC Porto. A venda de 2 ou 3 titulares por época faz parte da gestão Portista desde sempre, e não vai mudar. Ainda bem.

Actualizarei o artigo depois da conferência de imprensa de Lopetegui, se alguma nota digna de registo se propuser. E já agora, este insurrecto está farto de partir tudo no balneário, como bem se vê:


ADENDA: Ainda estou abismado com a conferência de imprensa magnífica de Lopetegui. Cada dia se supera mais.Ter os cojones de começar a conferência de imprensa a falar de Alex Sandro e a dizer que sim, está em Turim, é muito bom. Parece muito mais confortável na sala de imprensa também, não fugiu às perguntas, disse que não ia ficar a chorar, disse que queria que o mercado fechasse, mas que, enquanto aberto, está aberto para os dois lados e deixou bem claro que os jogadores tem que fazer por merecer ficar, mas que está contente com o que tem. E que não se sente mais fraco. E que as circunstâncias são diferentes. E que vai para a Madeira sem medos. Muito bem.

Espero que traga de lá os 3 pontos. Bem os merece. E disse, para mim, a verdade mais importante: a que está exposta em cima - que a nossa qualidade é tanta que os clubes desejam os nossos jogadores. E, acrescento eu, outros há que querem colocar as joias da coroa noutro sítio e que ninguém lhes pega.

Bravo, Mister. Bravo.

ADENDA 2: ""A Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD, nos termos do artigo 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, vem informar o mercado que chegou a um acordo com a Juventus Football Club para a cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do jogador profissional de futebol Alex Sandro, pelo valor de 26.000.000 euro (vinte e seis milhões de euros). ".

Nós comunicamos as nossas transferências à CMVM.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A Insustentável Leveza Evolutiva [ACTUALIZADO MT]

Parece facto consumado. Alex Sandro vai mesmo embora. Por 25M mais objectivos, podendo chegar aos 30. A confirmar-se, é uma excelente venda, e acima das minhas melhores expectativas. Passo a explicar porquê.

Em primeiro lugar, sei que o NGP disse que recusara uma proposta do Atlético de Madrid de 30M por ele. Mas, a essa altura, quereria o jogador sair? Estaria inclinado para a renovação? Estaria à espera da melhor proposta da SAD? Muitas variáveis podem ter acontecido. Outra, e esta muito provável, é que se poderia passar outro "caso Falcao", como quase aconteceu com Jackson Martinez, não fosse o NGP ter batido o pé. Francamente, não sou crente de que Óliver alguma vez pudesse estar num negócio, tendo em conta a forma como Simeone tem - para mim, infelizmente - percebido com Óliver é um excelente jogador e uma grande mais valia para o plantel. Por isso, ou seria bluff ou um mau negócio.

Em segundo lugar, já ontem o disse, não gosto de jogadores que não querem estar aqui. Estão a desestabilizar, são erráticos e, no caso do Sandro, o "fantasma do Soneca" está sempre à espreita. Sim, vendê-lo por 6M a menos que Danilo, titular da lateral direita brasileira, lateral com tendências interiores, maior capacidade atlética e faro de golo, é uma grande venda. Certo que o Alex Sandro temporiza bem as jogadas, tem boa condução de jogo, mas também perde muitas bolas nas suas costas e é lento nas recuperações. Dependendo dos dias. Mas é irregular.

Aly Cissokho pode colmatar a falta, acho que se mostrou bem contra o Nápoles, há Jose Ángel, fala-se em Siqueira (duvido) e há ainda Indi, que faz a lateral da selecção holandesa. Dir-me-ão que comprometeu com o Bayern, mas quem não comprometeu? Contra o Basileia esteve muito bem, por exemplo! E eram os Oitavos de Final da Champions League, não eram nenhuma brincadeira! Por isso creio que estamos salvaguardados.


Mas uma palavra para Julen Lopetegui, que acredito que vai dar a volta a este problema, como já deu a outros anteriormente. Não são desculpas para perder outro campeonato, essas não existem. São, sim, sublinhados importantes para aquilo que mais tarde ganharemos e a insistência em que, de facto, somos a equipa que mais mudou, e muda, todos os anos.

Mesmo assim O Jogo fala em 103,2M de vendas neste defeso. As compras não chegam a um terço deste valor. A gestão financeira é excelente. Lopetegui mostrará que, no seu modelo, as peças entram e encaixam confortavelmente. Esse é o projecto. Essa é a evolução. Essa é a grande mais valia de Lopetegui. Estou confiante.

Por outro lado, as nomeações da próxima jornada mostram o afastamento de Carlos Xistra, Tiago Martins e Fábio Veríssimo da convocatória. E mostram já uma batalha ganha pelo Dragões Diário. Que teve um eco também nos telejornais sobre a exigência de demissão de Vítor Pereira. Ora, esta pressão é extremamente positiva. Se Hugo Miguel - tudo menos nosso amigo, eu sei - se esticar, voltará a estar no centro da análise e será um ponto maior de pressão sobre Vítor Pereira. Convenhamos, este afastamento dos árbitros já mostra que este está mais agarrado à sua, essa sim, cadeira de sonho, do que interessado em defender a sua corporação. Não é a batalha ganha, não podemos ficar descansados, temos de continuar a contar com o campo inclinado e que teremos de ser muito melhores que os outros para vencer, mas é um passo no bom caminho.

ADENDA: No MaisTransferências das 12:20, Rui Pedro Braz - vale o que vale, atenção - confirmou as minhas suspeitas. O Atlético queria trocas e baldrocas sem Óliver. O FC Porto não troca cromos, vende jogadores. Obrigado e bom dia.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Disgrice! Disgrace! Disgruce! (*) [ACTUALIZADO APAF]

Ah, disgrice! Disgrace! Disgruce! Que se vai o Alex Sandro! Já vamos perder o campeonato! É a hecatombe, o fim, o desespero!

Não, não é. É sim, a confirmar-se o que diz O Jogo, 30M, um excelente negócio. Vender os dois laterais por 60M é qualquer coisa de extraordinário e catapulta os nossos ganhos neste defeso para valores surrealistas. Quero relembrar que Danilo e Alex Sandro também já foram, outrora, inexperientes e a crescer na sombra de outros, não eram nenhuns laterais absolutos. E Aly Cissokho não é nenhuma nódoa! É um excelente lateral que me pareceu estar em boa forma no jogo com o Nápoles. Não estará ainda ao seu melhor nível, mas isso é algo que vem com o tempo.

Muito me custa, primeiro, que não se tenha percebido que o FC Porto está a fazer tudo para garantir a renovação de Alex Sandro, dando-lhe um contrato Martinez, e, segundo, se o jogador ficar contrariado será um grande problema. Neste sentido, esta solução parece-me longe de ser má, aliás. bastante boa para as duas partes.

Cresci a ouvir uma frase associada ao meu Clube, dita pelo Nosso Grande Presidente: "Quem não quer estar no Futebol Clube do Porto, pode seguir. Se não tiver a cabeça aqui, não faz cá falta". E eu subscrevo e sublinho essa afirmação. Nada desestabiliza mais do que um titular amorfo, a jogar a passo e na Lua. Convenhamos, Alex Sandro também não foi, no ano passado, como o companheiro da outra ala. No jogo do Nacional foi, aliás, a sua displicência que comprometeu o resultado.

Resumindo, se quer ficar renove, senão 30M é uma oferta interessante. Não é o valor, no fundo. É onde está a cabeça do jogador. Não será o fim do mundo, Aly Cissokho pareceu-me bem capaz de tomar conta da ala.

Saúdo a Dragões Diário pela sua incisiva nota sobre a arbitragem deste fim de semana, mostrando que o FC Porto está atento. Mas desconfio que alguém também os terá espicaçado para o evidente. A ambos, os meus parabéns.

No sentido inverso, este nosso amigo aqui em baixo. Parece que o internacional Martins tem um padrinho ou dois. Por muito má que me tenha parecido a arbitragem de Veríssimo, acho que as notas estão trocadas. E atenção à nota de Carlos Xistra. Uma surpresa! Coroado ainda não acordou da pedrada. Porque não ver o evidente, só em estados alterados de consciência.

(Nota: O título vem de uma expressão da peça "Romeu & Julieta", da Companhia de Teatro do Chapitô, magnificamente encenada e representada por José Carlos Garcia e Ricardo Peres, que tive o prazer de ver.  Aqui na sua versão integral.)

ADENDA: Fica então provado agora com isto que estas notas do Coroado se calhar não serão da APAF. Mas escreverei mais sobre isto amanhã. No então a não inclusão de qualquer árbitro dos 3 grandes jogos é um bom corolário da nossa pressão positiva.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Colinho Nunca Desilude


Curto e grosso: é muito complicado jogar a batalha dos justos quando os outros trapaceiam. O que aconteceu ontem é muito grave. Ontem o benfica - sim, vou continuar a chamar os bois pelos nomes, para que não haja dúvidas - beneficiou de uma grande penalidade contra não assinalada e de uma grande penalidade a favor que ninguém consegue, no seu perfeito juízo, ajuizar como intencional. O que não dá, de certeza, para escamotear é o seguinte:

- O penalty do Luisão sobre o jogador do Estoril poria um benfica frágil a perder por 1-0 em casa praticamente no início do jogo. Este penalty não está em margem de discussão, a não ser para Jorge Coroado, que acha o contacto normalíssimo! benfiquistas que conheço também o admitem, dizem, tal como António Simões, no Play-Off, que o árbitro pode não ter visto, e blá blá blá Whiskas saquetas. Este penalty poria o Luisão na rua ou, pelo menos, com um amarelo a abrir.

- O penalty atribuido ao jogador do Estoril é absurdo. Recebam um projéctil a 100 km/h. Quero ver se a reacção natural do vosso corpo não é encolher-se e proteger-se. As leis do jogo falam em mão na bola quando a mão é ostensivamente usada para controlar a bola dentro da área. Não se passou nada disso. O "golo da tranquilidade" nasce de um lance que, curiosamente, não tem mais do que UMA câmara de costas a filma-lo. 

- O Estoril decidiu, na segunda parte, tal como a Académica no ano passado, jogar apenas com 3 defesas. Hum.... 

- O técnico do Estoril decidiu, contrariamente ao normal, não valorizar o penalty a favor não assinalado, nem o contra assinalado, dizendo, tão somente "o benfica é o benfica".

Estou muito curioso para ver o Estoril no Dragão, como será. É o #colinho em pleno full-throtle, meus amigos, mostrando que não é preciso jogar bem ou sequer aceitavelmente. Basta ter tudo controlado. Mais do mesmo.

Como mais do mesmo foi o Play-Off. Mais do mesmo com Rodolfo Reis a ser mais crítico com os seus do que com os outros, com frases como "O Porto jogou bem, com intensidade, prometendo muito. Vamos ver se o Loptegue não estraga tudo, não pára aquilo", fazendo o gesto de paragem, como se não tivesse sido o "Loptegue" a treina-los e a mudar-lhes o foco. Homem, pelo menos, pelo menos, não seja você o primeiro crítico! E também adorei os 4 minutos no total que falaram do melhor jogo da jornada.

D'O Tribunal do Jogo já falei, falo agora desta vergonha. Nem uma só referência a este escândalo! Nem sequer n'O Jogo! Nada!

E hoje, aguardei pelo Dragões Diário, esperando que, pelo menos esses, fizessem menção a esta realidade, como lhes compete fazer. Nada! Estão mais preocupados em rectificar o número de espectadores atribuídos. Meus amigos, para que serve esta newsletter senão para denunciar este tipo de coisas?! Afinal continua tudo igual! Ainda não perceberam que falar no fim não conta para nada!?

Vamos ter, pois, o mesmo campo inclinado, a mesma conivência dos media e a mesma apatia na SAD. Continuo a dizer, temos um melhor FC Porto. E temos os outros a ter de jogar na Europa. Isso pode fazer a diferença. O resto continua, infelizmente, tudo igual.

domingo, 16 de agosto de 2015

Análise FC Porto 3-0 Vitória Guimarães (1ª Jornada)


Foi um Dragão intenso e um Dragão seguro, esta equipa do FC Porto, nesta jornada inaugural. Sim, é verdade, eu sei o que escrevi. Nós não temos a vertigem de corre-corre de outros, não fazemos jogos de piscinas frenéticas. Nós temos controle quase absoluto do jogo e fazemos por ter as variações de flanco, de velocidade e de soluções que ganham jogos. Tanto que, num jogo em que, como sempre, se ouve adeptos a refilar por entradas "moles" - não são moles, é jogo controlado - aos 8 minutos já estamos a ganhar, tendo ai já desperdiçado um bom par de ocasiões.

Algumas diferenças vêem-se do meio campo do ano passado para este. A começar, a falta cirúrgica a matar o contra-ataque, coisa que no ano passado parecia não fazer parte das armas dos intervenientes. Tanto Maxi como Danilo Pereira deram o corpo ao manifesto, este último quase a abalroar os adversários com o seu imponente físico, uma espécie de parede quase intransponível. Depois, já fazemos jogo no corredor central. Não é o corredor mais disponível, as defesas vão ter tendência a mostrá-lo, mas dá já uma noção de incerteza total sobre onde irá o FC Porto tentar o ataque.E isso é fantástico.

O que eu não gostei foi da entrada do Vitória de Guimarães na segunda parte. Fomos surpreendidos com a reacção - não podemos ser! - mas também demonstra o valor do nosso adversário. Verão que o Vitória não vai fazer assim tão má figura este campeonato, se entrar nos jogos seguintes com a força que entrou na segunda parte. No entanto, mesmo aí, tivemos uma defesa sólida com Casillas a mostrar a sua classe em duas boas defesas e os nossos M&Ms em grande forma a cortar as bolas paradas com classe e determinação. Um aviso a mostrar que não jogamos sozinhos.


E, por falar em bolas paradas, que bom é saber que já há trabalho nesse departamento. Tivemos uma série de tentativas estudadas, ainda frustradas é certo, mas que indiciam um bom caminho. E tivemos contra-ataques! Não fosse ainda não estarem bem afinadas, as tabelas que foram tentadas também teriam sido mortais. Mostra que ainda não estamos lá, claro, mas que há grande potencial para um maior crescimento ofensivo. No entanto, a diferença nesse capítulo, quando comparada com o ano passado, é enorme!

Além dos destaques a seguir, quero dizer que já vimos um Tello melhor - a lesão afectou-o claramente - e que sei de fonte segura que Hernâni esteve no Dragão e está no Porto. Quanto ao nosso menino Rúben, espero que nenhuma oferta irrecusável o leve. Mas ele tem de jogar, com regularidade. Vamos ver o que a época nos reserva. A profusão de soluções de meio campo de qualidade é uma dor de cabeça para Lopetegui. Mas estou em crer que ela pode ser aliviada nos próximos dias.


Aboubakar - Aboubakar é fantástico. Estou cansado de ouvir a conversa de "não é Jackson, mas ninguém é". Este também não era Falcao, e Falcao não era Jardel e por aí em diante. São sabores diferentes, cambiantes da mesma qualidade. Ontem o nosso camaronês teve um Poker nos pés, e seria bem merecido. Mas não só. Bons pormenores de controle de bola, solidariedade nas tarefas defensivas, passes acutilantes e, no geral, uma entrega ao jogo absolutamente incrível. Lopetegui disse, com razão, que ter Osvaldo no banco não é um problema mas sim uma bênção. Temos a qualidade ofensiva que precisávamos e não me canso de me repetir: Gosto MUITO do Aboubakar.

Maxi - Fui dos primeiros a rejeitar a ideia de Maxi no FC Porto, mas também disse que haveria de me render às evidências se as houvesse. Maxi entregou-se a tudo. Ao ataque - duas assistências para golo! - à defesa, à organização, às tabelas, a ser um quarto homem no meio campo quando isso exigia e a travar o contra-ataque quando ele tentava dar mostras de acontecer. Muito bem. Esta feita a constatação, Maxi é um grande jogador raçudo. E ainda bem que está do nosso lado. É uma grande mais valia. Levou o seu baptismo de fogo com o amarelo da praxe. Bem-vindo, Maximiliano. O azul e branco puxa o amarelo e o vermelho dos cartões.

Meio Campo - Com a excepção de Herrera, o meio campo do FC Porto é, este ano, a sua fortaleza. Tínhamos Óliver no ano passado, mas agora temos Imbula e Danilo como muralha e retoma atacante - o primeiro ainda não na sua melhor forma - Evandro a baralhar as contas dos defesas adversários e André André como uma Formiga Atómica em rápida procura da bola, defensivamente e no ataque. A diferença de qualidade com este último em campo faz-me pensar que, em pouco tempo, a titularidade poderá ser sua. A ovação que teve à entrada também indica que ninguém dirá que não.

M&Ms - Maicon com a braçadeira é completamente diferente. Os seus chutões de desmarcação e de variação de flanco são cada vez mais importantes. Ainda que não saia com a bola controlada, passa por ele muita da surpresa ofensiva do FC Porto. E teve menos paragens cerebrais. Marcano é absolutamente imperial. Caramba! A forma como ele recuperou a bola depois do seu erro estúpido - vá lá, não aprendas isso com o teu companheiro! - foi absolutamente fantástica! Está com uma velocidade de pique geniais, chega às bolas todas e não há lance de cabeça que ele não corte. Temos uma defesa de betão!

Varela - Trinta e quê? Pois! O Drogba da Caparica está de volta! Nos seus melhores momentos, uma máquina. E solidário defensivamente também. Tem umas vareladas de vez em quando mas, quem não tem? Varela voltou com tudo e mostrou que aprendeu a lição. Bem coroado com um golo antes de ser substituído. Parabéns Silvestre e obrigado!

Lopetegui - Excelente leitura dos tempos do jogo, sempre interventivo e com a sabedoria costumeira nas substituições. Palavras para quê. Por muito que o insultem, é um treinador superior.


Herrera - Alguns poderão dizer que ele veio cansado da Gold Cup. Mentira. Só se foi do calor, porque Herrera foi muito pouco utilizado. O que se passar é que o verbo Herrar (cheers Jorge!) já não cabe no meio campo deste ano. A colocar urgentemente noutro sítio. Se é para galgar terreno, Imbula faz tão bem ou melhor. Teve dois ou três pormenores bons, mas os passes errados e as falhas de marcação foram qualquer coisa de absurdo. Meu caro amigo, se não atinas, vais de vela e não deixas saudades.

Fábio Veríssimo - Tanta falta de qualidade, minha nossa! Este caro amigo não marca penalties, não acerta nos amarelos, o desnorte é tal que nem sabe o que é a lei da vantagem. Mais do que #colinho, incompetência.

Entrada na segunda parte - Vamos acordar, povo! A entrada da segunda parte não pode voltar a acontecer. Dez minutos lentos e amorfos que poderiam ter dado consequências nefastas. A não repetir! Entrar na segunda parte como na primeira, ó faixabore!

E, já agora, é por isto que nos invejam: 

sábado, 15 de agosto de 2015

Antevisão FC Porto x V. Guimarães (1ª Jornada)


Eis-nos pois, de novo, na parte que interessa - quando a bola rola. E temos casa cheia no Dragão. Gosto muito de casas cheias, acho sempre que mudam tudo. A pressão positiva sobre os nossos, as deles, os árbitros. O espectáculo como ele deve ser vivido.

Estou com um nervoso miudinho. Estou curioso para ver o onze, o sistema táctico. A bem da verdade, creio que ninguém o conhece mesmo. Está mais que visto, foi bem debatido e tenho a certeza que chegou aos ouvidos de Lopetegui, a necessidade que temos em ter um bom ataque. Mas não sacrificando tudo. Desculpem falar disto mas, se alguma coisa o jogo de ontem entre o Tondela e o zbordem mostrou, foi que ataque à maluca não ganha jogos, se o sector defensivo for uma nódoa, se não houver solidariedade e espírito de equipa coesa. Isso o FC Porto tem, de sobra. Mas vamos ver se a balança tomba um pouco mais para o ataque.

Para aqueles que estão desesperados, e com todo o respeito que o Vitória merece, a nossa pré-época teve adversários de Champions e das melhores ligas europeias, inclusive de Champions League. Não estou à espera que haja no Vitória a ligação simbiótica do Valência, a potência do Mönchengladbach ou a solidez defensiva do Nápoles. Há que saber aproveitar as transições com velocidade, fazer boas tabelas e surpreender um adversário que, tenho a certeza, não virá ao Dragão jogar de igual para igual. Com a nossa identidade, vencer e convencer. Porque alguns gostam de embandeirar em arco e depois levam choques com a realidade que doem. Outros gostam de ser realistas, treinar contra o 10 para saber vencer o 7.

E, já agora, vamos lá ver então o "grupo fácil" do FC Porto na Champions League do ano passado. Últimos resultados das equipas, excluindo o BATE: Shakthar Donetsk 3 - 0 Fenerbahçe, Atlético de Blibao 4 - 0 Barcelona. Claro. Não só básico. Banal. Trivial. Haja vergonha.

E por falar em falta de vergonha, onde estão as virgens ofendidas a bramir com a forma como o Jesus tratou os jornalistas na conferência de imprensa, ontem, ein? Só faltou bater-lhes! Ah, é o Jesus. Esse pode. Tão ridículo como o jogo. Continuem assim que vão bem. É tudo gasolina para nós.

Helton e Iker Casillas (guarda-redes); Maxi, Martins Indi, Maicon, Marcano, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Aboubakar, Dani Osvaldo, Tello, Evandro, Herrera, Hernâni, André André, Danilo, Bueno, Imbula e Alex Sandro.

(4x3x3): Casillas; Maxi, Maicon, Marcano, Alex Sandro; Rúben, Imbula, André André; Tello, Aboubakar, Varela